. (Presidir a celebração do dia do
Senhor, Ione Buyst – p. 31,32)
A palavra ministério ( do latim,
ministerium ) significa serviço “ função servil” e todo cristão é chamado a
servir, é como uma espécie de prestação de serviços a indivíduos e grupos, por
parte de uma pessoa que o faz de modo espontâneo e organizado.
* Ministérios Ordenados – aqueles
que recebem o Sacramento da Ordem > Diácono, Padre e Bispo.
* Ministérios não Ordenados – É
certo que ao lado dos Ministérios Ordenados, a Igreja reconhece também o lugar
dos Ministérios não Ordenados que são aptos para assegurar um especial serviço
da mesma Igreja. São os que têm como base o batismo e a crisma.
MINISTÉRIO > É um serviço
prestado à comunidade, respondendo a uma necessidade duradoura ou permanente
desta comunidade. A pessoa que tem esta função representa a própria comunidade,
agindo em nome dela, mas com muita cautela, longe de ser autoritário, longe de
exercer poder. O ministro deverá conscientizar-se de que a sua preocupação está
votada para uma relação intima entre o ministério e a comunidade. Ele carregará
consigo, que o ministério é estar a serviço da comunidade, isto é, de todos os
cristãos, tornando essa comunidade mais ativa, mais missionária.
A FORMAÇÃO
A - Cooperar diretamente com o
pároco na Pastoral Eucarística.
B - Levar a Sagrada Comunhão aos
enfermos e idosos e aos impossibilitados de irem à Igreja.
C - Auxiliar o pároco na Celebração
Eucarística e na Liturgia da Palavra.
D - Agir sempre em comunhão com o
pároco e sob a orientação da hierarquia da Igreja Particular da diocese a que
pertence.
E - Ter como base o ministério
eucarístico no qual o Corpo de Cristo nos é oferecido como alimento até que Ele
venha.
A ESPIRITUALIDADE
A – Estudo e pesquisa dos documentos
da Igreja com avaliações.
B - Retiros em grupo
C - Reciclagem por meio de cursos,
conferências, seminários e congressos promovidos em âmbito regional ou
paróquia.
D - Permanente atualização
teológico – pastoral à luz da Eucaristia, buscando a santificação própria e do
outro Atendendo com dedicação aos serviços caritativos.
Cada Ministro, por ser perante o
mundo, testemunho da ressurreição e da vida do Senhor Jesus, e sinal do Deus
vivo. Deve aprimorar-se na oração, praticar a penitência, conhecer os
documentos da Igreja e viver a doutrina cristã.
A MISSÃO
A – Ministrar a Sagrada Comunhão a
si e aos outros fiéis, quando necessário, durante a Santa Missa.
B - Levar a Santa Eucaristia aos
hospitais, residenciais, asilos, leprosários, favelas e aonde a caridade
cristã
exigir a sua presença, tendo sempre
em vista as seguintes considerações:
1ª –
Estabelecer contato com os familiares.
2º -
Inteirar-se da situação econômica e vida cristã da família, oferecendo, na
medida do possível, a solução adequada aos problemas constatados.
3º -
Proporcionar aos doentes e seus familiares o conforto cristão.
4º - Preparar o
doente para a recepção dos Sacramentos da confissão e da Unção dos Enfermos.
5º - Procurar
despertar o interesse de todos os membros da família do assistido para que
participem da celebração.
6º - Atender
também aos idosos, mesmo não sendo doentes.
7º - Visitar as
famílias, em outras circunstâncias, para uma conversa amiga ou leitura da
Palavra e orações.
C – Presidir o culto eucarístico na
ausência do sacerdote.
D – Irradiar sempre que oportuno, a
mensagem da Palavra de Deus por ocasião das visitas, ou no ambiente
comunitário, de forma evangelizadora.
E - Aproveitar o tempo de velório
para uma adequada celebração dando um sentido cristão à morte.
F - Formar a comunidade cristã
através da Palavra de Deus, despertar-lhe a fé e prepará-la para celebração
eucarística.
G - Expor e repor o Santíssimo
Sacramento, nos termos do CAN 943.
H - Participar ativamente da festa
de Corpus Christi, congressos eucarísticos e semanas eucarísticas.
I - Zelar pela dignidade do culto
eucarístico e de tudo que lhe diz respeito.
J - Batizar em caso de necessidade.
O Ministro da Palavra, sua funções,
suas vestes e lugar da Presidência
“A Eucaristia é, por excelência, a
celebração do dia do Senhor. Muitas comunidades não podendo, porém, celebrar a
eucaristia, por falta de presbítero, se reúnem e celebram os mistérios da fé ao
redor da Palavra de Deus e, desse modo, asseguram o sentido do domingo. No
Brasil, a falta de padres, a dispersão populacional e a situação geográfica do
país impedem que inúmeras comunidades tenham a celebração eucarística aos
domingos. De acordo com os dados da CNBB, 70% das comunidades brasileiras se
reúnem ao redor da Palavra de Deus” (Guia Litúrgico-Pastoral da CNBB, p. 53).
Mas, por razão de número
insuficiente de ministros ordenados, a solução pastoral encontrada tem sido a
celebração da Palavra de Deus presidida por um diácono, um seminarista ou um
ministro leigo encarregado dessa tarefa. “Pode-se estimar em 70 mil o número
das comunidades que realizam aos domingos a celebração da Palavra, na ausência
do padre, que aí celebra a Eucaristia somente algumas vezes por ano” (cf.
Documento 62 da CNBB nº 39). Graças às celebrações da Palavra de Deus as
comunidades persistem e crescem na fé e no compromisso com Jesus Cristo e o seu
Reino. Sem elas não teremos verdadeiras comunidades cristãs, e em grande parte,
o povo não conservará a fé católica.
“Na tradição cristã, o ministério
da Palavra é o primeiro ministério, pois é chamado a suscitar a fé e a educá-la
(Rm 10,14-15). Em nosso país, são particularmente numerosas as celebrações
dominicais da Palavra, presididas por leigos e leigas que se
esforçam por desempenhar esta função na fidelidade ao Evangelho e
atendendo às orientações da Igreja e do bispo diocesano” (cf. Documento 62 da
CNBB nº 160; Diretório para as celebrações dominicais na ausência de
presbítero, da Congregação para o Culto Divino, 10/06/1988; Documento 52 da CNBB,
de 1994).
“A Igreja sempre venerou as divinas
Escrituras como o próprio Corpo do Senhor, não deixando nunca, sobretudo na
Sagrada Liturgia, de tomar da mesa quer da Palavra de Deus quer do Corpo de
Cristo e distribuir aos fiéis o Pão da Vida” (DV 21). Assim como a Eucaristia,
a Palavra também é Pão da Vida. É o próprio Cristo com a sua Vida, tanto na
Eucaristia, como na Palavra (cf. Jo 6,35-63). Desse modo, “as celebrações da
Palavra de Deus não são uma criação das últimas décadas, mas fazem parte da tradição
da Igreja… A finalidade destas celebrações é de assegurar às comunidades
cristãs a possibilidade de se reunir no domingo e nas festas, tendo a
preocupação de inserir suas reuniões na celebração do ano litúrgico e de as
relacionar com as comunidades que celebram a Eucaristia” (cf. Documento 52 da
CNBB, introdução, p. 06).
Funções
Na ausência de um presbítero, cabe
a presidência da celebração da Palavra de Deus a alguém dignamente nomeado ou
por ele delegado, pois a presidência litúrgica é exercida em sinal de
Cristo-Cabeça da Igreja, que é seu corpo (Ef 1,22-23).
Os diáconos são, portanto, os
primeiros indicados para exercer este ministério na ausência do presbítero. No
entanto, todo cristão, homem ou mulher, por força do seu batismo e confirmação,
pode assumir legitimamente este serviço (cf. Documento de Aparecida nº 211).
Portanto, sejam preparados com uma adequada formação os diáconos, seminaristas
e ministros leigos e leigas para exercerem essa tarefa litúrgica de
presidir a oração da comunidade cristã.
Nos lugares onde se tem o costume
dos ministros extraordinários da comunhão eucarística presidirem essa
celebração, recebam eles uma formação específica para que sejam investidos
particularmente desse ministério.
A função de quem preside a
celebração é ajudar o povo a tomar parte de cada ação litúrgica e a viver
interiormente o sentido de cada uma delas, não com discurso, mas fazendo bem e
colocando alma naquilo que faz. Cada um dos gestos e palavras, tom de voz e
atitude de quem preside a celebração da Palavra devem revelar a ternura do
Espírito, de quem recebeu o dom para atuar na assembléia de irmãos. É assumir
espiritualmente a atitude de Jesus que veio para servir e não para ser servido
(Mc 10,45).
Sua tarefa é ser mediador das
relações entre Deus e seu povo reunido para celebrar a fé, e articulador entre
os ministérios e a comunidade celebrante, fazendo das pessoas reunidas uma
assembléia, uma comunidade ativa e participante, um povo que exerce o seu
sacerdócio batismal (1Pd 2,9).
Desse modo, “o papel principal de
quem preside é manter viva a relação dialogal entre Deus e a comunidade
celebrante, entre os ministérios e a comunidade, entre os vários ministérios
entre si” (Guia Litúrgico-Pastoral da CNBB, p. 60).
“Quem preside assume a função de
coordenar a celebração. Realiza os ritos próprios da presidência: saudação
inicial (sinal da cruz, saudação bíblica e etc); proclamação do evangelho e
homilia, e convite às preces; proclamação da ação de graças ou da louvação;
convite ao Pai nosso e à comunhão; oração final e bênção” (Guia
Litúrgico-Pastoral da CNBB, p. 60).
Vestes litúrgicas
“Na Igreja, que é o Corpo de
Cristo, nem todos os membros desempenham a mesma função. Esta diversidade de
funções na celebração manifesta-se exteriormente pela diversidade de vestes
sagradas, que por isso devem ser um sinal da função de cada ministro” (IGMR
335). Há veste própria para o presbítero presidir a celebração da Missa ou
outra celebração sacramental, como há também para – na missa ou celebração – o
diácono, para os leitores, ministros extraordinários da comunhão eucarística,
acólitos ou coroinhas, e ministros da palavra que presidirão a celebração
dominical.
Os acólitos, os leitores e os
outros ministros leigos podem trajar alva ou outra veste legitimamente aprovadas
pela Conferência da Bispos em cada região (IGMR 339).
A veste apropriada do diácono
presidir a celebração da Palavra é a túnica branca e a dalmática da cor
litúrgica do dia, ou apenas túnica branca e estola diaconal da cor litúrgica do
dia. A veste apropriada do seminarista presidir a celebração da Palavra é
somente a túnica branca simples.
A veste própria do ministro da
Palavra de Deus deve ser orientada pela Diocese, levando-se em conta o grau e a
cultura local. Quem preside a celebração da Palavra de Deus deve se diferenciar
dos demais – ministros e fiéis – por questões de referência para a assembléia.
Na escolha da veste mais
apropriada, a Diocese deve tomar cuidado para que não se clericalize nem
vulgarize os ministros da Palavra. “Vestes do tipo jaleco, usados em certas
comunidades parecem menos indicadas para o uso litúrgico, pois podem recordar
demasiadamente vestes usadas por profissionais em tarefas não litúrgicas” (cf.
Guia Litúrgico-Pastoral da CNBB, p. 100).
Verdadeiramente “importa que as próprias
vestes sagradas contribuam também para a beleza da ação sagrada” (IGMR 335).
“Convém que a beleza e nobreza de cada vestimenta decorram não tanto da
multiplicidade de ornatos, mas do material usado e da forma (cf. IGMR 344). Os
tecidos e as fibras naturais se prestam para esta função, pois têm uma boa
caída e quase sempre apresentam um aspecto de sobriedade. Com suas formas
amplas, atenua e neutraliza a individualidade daquele que é vestido, para
manifestar sua dignidade e função” (cf. Guia Litúrgico-Pastoral da CNBB, p.
100).
Lugar da presidência, veste,
saudação e bênção…
São muito comum perguntas das
comunidades a respeito do lugar da presidência da ministra ou ministro leigo,
se deve usar uma veste litúrgica, se é o caso de beijar o altar, se pode dirigir
ao povo a saudação “O Senhor esteja convoco (ou: com vocês)”…
Tudo depende do “peso” eclesial que
se atribui a esse ministério. Não há como dar uma resposta generalizada;
Algumas têm preferido não enfatizar demais esse serviços, minimizando, assim a
presidência é considerado um leigo entre os demais, que provisoriamente assume
o serviço. Por isso, não senta na cadeira da Presidência, não usa veste
litúrgica etc. Nas comunidade e diocese que o serviço da presidência e um
ministério reconhecido ou com fiado, e é exercido com certa estabilidade, quem
preside ocupa lugar perante a assembléia, beija o altar, usa veste litúrgica,
saúda a assembléia co “O Senhor esteja com vocês”.
Muito depende também da dimensão,
da cultura e da sensibilidade da comunidade. Depende ainda do tamanho e do
estilo do local da celebração. Numa assembléia pequena talvez nem haja
necessidade de sinas especiais para designar o serviço da presidência. Celebrar
debaixo de árvore ou ao redor de uma mesa numa casa de família é bem diferente
de celebrar na igreja matriz.
Para decidir sobre esse assuntos, é
necessário levar em conta o sentido de cada sinal. Afinal, o
que se quer evidenciar é a presença de Cristo como cabeça da assembléia
reunida. O beijo no altar é sinal de veneração, respeito e admiração, adoração;
evidencia que é o centro da celebração: não o ministro, mas Cristo, simbolizado
pelo altar. A cadeira da presidência é o lugar de onde Cristo reúne e conduz a
comunidade; dá visibilidade a quem esta presidindo em nome de Cristo. A veste
expressa mais claramente que se trata de um ministério que a pessoa assume;
esta revestida de Cristo para servir a comunidade. Além disso, principalmente
aos domingos, a veste dá um ar de festa. E se as cores acompanharem os tempos
litúrgicos, teremos um elemento visual a mais para marcar nossa
espiritualidade. A saudação “O Senhor esteja com vocês” estabelece um relação
de dialogo entre a assembléia e presidência; o que não acontece quando se usa a
expressão “O Senhor esteja convosco”, que anula a relação dialogal.
Agora, se qualquer um desses Sinais
servir de pretexto para alguém (ministro leigo ou ordenado) assumir ares de
poder e superioridade, estará fora do espírito do Evangelho! Todo cuidado é
pouco.
(Presidir a celebração do dia do Senhor, Ione Buyst – p. 31,32)
Facilitador: Manoel Lima de
Oliveira
Nenhum comentário:
Postar um comentário